segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Entrevistas para Mono I


Tive uma conversa emocionante com Profª Maria Eloá, e ainda ganhei um livro escrito por ela...Pessoa apaixonante...



Contra todo o sistema da época – 1945 a 1970, Dna Eloá ,participou de várias campanhas ideológicas e chegou a lançar um manifesto intitulado: “Porque Me Tornei Comunista” De personalidade forte , conta com muita sobriedade sobre sua vida política e sobre a comunidade de Jataí de maneira geral. Assim que transcrever a entrevista postarei alguns trechos aqui no blog...Não pude deixar de lançar vários olhares de admiração para ela, ser imparcial dialogando com esta senhora foi tarefa difícil, tamanha a paixão que ela têm em tudo que faz e diz...Ela é uma dessas pessoas que nas horas vagas faz colcha de retalhos e escreve poesias e histórias, tudo com a mesma intensidade e compromisso.

“ Melhor você direcionar as perguntas para o que quer realmente saber, minha querida, se não acabarei lhe contando o romance da minha vida...” Maria Eloá de Souza Lima 87 anos, escritora, artesã, autodidata e ativista local desde os anos 50.


ప్స్: "Pois são exatamente estes romances, estas memórias que completam meu trabalho..." eu, respondendo à orientação de Dna Eloá, durante a entrevista...


ps2: Agradecimento especial à Iury e Márcia Almeida, que tornaram o encontro possível.




terça-feira, 21 de setembro de 2010

PIN UP´S




Minha amiga Amanda, pediu que eu ajudasse a traduzir um texto importante para sua monografia. Ok, juntei todo o meu “vasto conhecimento” da língua do Tio Sam e lá fui eu...

O trabalho dela é sobre as PIN UP´S as modelos de várias partes do mundo que povoavam os sonhos dos soldados para que estes pudessem lutar em paz com a certeza e a promessa de uma vida melhor fora dali. (eram como os Kamikazes ou os terroristas no Iraque, mas a ilusão era em vida mesmo)...

Meu conhecimento sobre PIN UP´S até o momento era bem senso comum mesmo: Greta Garbo, Marilyn Monroe etc....Mas descobri que o assunto é apaixonante e bem vasto...Por isso vou dividir com vc´s.

Acabei refletindo sobre várias coisas destas representações , de acordo com a autora, o homem que ia para guerra precisava ser viril e macho, diante de um ambiente marcado pela tensão homoerótica causada pela abstinência sexual e a presença de muitos homens em um único espaço.Precisava corresponder as expectativas dos companheiros de batalha e proteger sua masculinidade,sempre tendo que reafirmar sua postura em relação à ideologia masculina, ao mesmo tempo que deveria ter saudades de casa e ser amante dos prazeres domésticos. Contraditório não é? Só desta forma, eles poderiam lutar por um ideal utópico e ainda terem para os braços de quem retornar...

Lembra-me algumas coisas sobre os dias atuais, ta bem, masss, não vêm ao caso...

O que mais me chamou a atenção era que as imagens das PIN UP´S, eram exploradas para corresponder aos sonhos masculinos, da mulher sensual que fica em casa passando roupa, que lindo, né? Ou melhor, com um avental curtinho espanando a casa...É claro que elas tiveram um papel fundamental na manutenção da sanidade destes homens no campo de batalha, imaginem? Soldados que só não morriam de depressão na esperança de saber quem era a capa da PIX, a revista semanal australiana que trazia as PIN UP´S.

As altas cúpulas e autoridades do exército montavam estratégias e mantinham diálogos com as revistas para vincularem sempre jovens moças em ambientes doméstico que lembrassem a moral e os bons costumes, assim o homem poderia ser viril em batalha, sabendo que poderia voltar para os braços aconchegantes de uma donzela como aquela representada pelas fotos e ainda colecionando estas figuras e podendo reafirmar sua sexualidade a todo o momento.

Em alguns casos para ensinar estratégias de guerra aos novos recrutas as técnicas eram escritas em cima dos pôsteres das PIN UP´S, desta forma o general garantia a atenção do soldado e ainda o animava para seguir para o front.

Sei que estou em uma onda super feminista aqui no blog, e justifico isto pelo meu recente ingresso na leitura e no movimento. Mas quer saber o que concluí? As mulheres ganharam cada batalha que os australianos, britânicos e norte americanos lutaram...Mantendo a sanidade das tropas e o equilíbrio dentro das tendas.

Os homens foram para guerra, mas as mulheres que venceram as batalhas!

Eu sei, eu sei, sempre detestei estas frases : atrás de um grande homem sempre há uma grande mulher,para mim , só servem para reforçar o machismo e a submissão feminina, mas uma hora eu tenho que reproduzir o que a sociedade joga aos montes para mim há 27 anos não é mesmo?

Mais uma vez na história os conceitos de beleza feminina, doçura ligadas aos sempre atributos domésticos foram utilizados a favor da massa masculina, mas desta vez sinto um gostinho de vitória...Como se elas estivessem indo para guerra também. E não que eu concorde com a guerra...

Eram homens carentes e solitários, vivenciando uma experiência traumática...E que se obrigavam a escrever cartas para uma fotografia para não enlouquecerem..Olhem o trecho de uma delas

Eu sou um soldado muito solitário, não estou autorizado a dizer onde estou atuando,mas quem sabe você adivinhe por algumas coisas que escreverei nesta carta. Achei uma linda foto sua, e gostaria de derramar algumas linhas , esperando que você não se importe de tê-las. Estou aqui há oito meses e tenho visto todos os ataques, eu tenho tido intervalos de sorte e tenho sobrevivido à tudo à distância. Acho melhor escrever sobre mim, no caso de você decidir escrever para mim como um amigo. Tenho 1,75 e peso 92 kg. Na vida civil eu sou um motorista da fronteira, na estação do meu pai em Wagga Wagga. Tenho vinte e um anos. Espero ter notícias suas em breve, e por favor não pense mal de mim, por eu escrever para você.
ps: escreva logo por favor.



Aprendi muito com as PIN UP´S, aprendi que elas eram respeitadas e admiradas, suas fotos nunca eram tratadas como algo fora da moral e que muitos homens que tiveram sorte de voltarem vivos para casa, agradecem à elas por terem mantido sua paz interior...Paz interior enquanto matava, centenas de pessoas...

ok, ok...Vou parar por aqui, antes que a coisa fique ideológica demais...Ou contraditória demais...Humm...Será que um vive sem o outro?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

( a coisa se dá passo a passo)



Voltei do evento Fazendo Gênero 9, em Florianópolis...

Posso dizer:

• Que foi uma experiência única e que agora entendo, que as idéias, os movimentos (qualquer movimento, qualquer passo) acontece devagar...

• Entendo que as conquistas de hoje, em relação aos direitos pela igualdade da mulher, são reflexos de muitas lutas travadas desde sempre.

• As feministas têm formas lúdicas de se encontrar...(e fazem estes encontros a todo o momento em qualquer canto...)

• Na década de 70 as mulheres procuravam por entidades que as representasse, hoje são as entidades que as procuram

• Existem mais homens feministas do que eu imaginava...

• Que eu realmente gosto da vida acadêmica,d e tudo que cerca o universo das pesquisas e dos discursos que saem dos discursos...


E principalmente :

“Temos o direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza;
temos o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza." (Boaventura Santos, em A construção multicultural
da igualdade e da diferença.)

Em 2012, espero estar comunicando minha tese para o doutorado, no meio de tanta gente interessada em aprender sobre gênero...Já que eu, estou sempre tão interessada em dividir minhas descobertas...

sábado, 3 de julho de 2010

Dita, nua... Dita crua




E quem foi mesmo que disse que a Justiça, tarda...não...Ah, enfim, não gosto de dar ibope para frases feitas, então só fico feliz pelo Zé do Araguaia ter conseguido junto ao movimento do qual faz parte a anistia de tantos nomes que ainda constavam como inimigos da república, por puro descuido burocrático...Antes que vire museu e caia no esquecimento,esta página da história política americana...

Abro mão do meu preconceito com frases prontas, feliz pela frase a seguir ser escrita dentro de um roteiro e por isso não é utilizada como jargão filosófico pelas "quadradezas"

Aviso: * Ser do contra é fácil. Chega um momento na vida em que é necessário aprender a ser a favor. - Rei Charles II em O libertino (2004).

Eu, a favor dos vários movimentos de anistia para aqueles que participaram das revoluções sociais contra a ditadura.

Mas contra ou a favor é só questão de perspectiva e do ângulo por onde olho prefiro assumir esta posição, respeitando o lugar que, você leitor, escolhe defender!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Triste choque de realidade




Pois é prezados...Mas escolhas servem para isso, serem avaliadas e reavalidas o tempo todo...

sábado, 16 de janeiro de 2010

Para ler tomando chá de canela...




Gosto de ler sobre o Holocausto. Como já devorei os livros técnicos, as pesquisas e parte dos diários encontrados em porões, fogueiras e esgotos... Às vezes me aventuro nos romances... Apesar de que meus amigos historiadores podem discordar, há muita coisa legal acontecendo na literatura sobre o tema... Neste sentido indico algo que não faço muito, um destes livros estilo best-seller, que vende pela capa sabe? Mas que curiosamente traz um conteúdo sóbrio (e olha que ter sobriedade para narrar aquela guerra não deve ser tarefa fácil) mas Marcus Zusak, autor de “ A menina que roubava livros” conseguiu me conquistar...Humm, não que eu seja assim tão difícil, mas não me empolgo fácil com as coisas, prefiro uma digestão lenta a tomar sopa de canudinho, se é que me entendem...

Enfim, tirem suas conclusões, eu gostei...Mas acho eu depende do momento, da lua e do clima...

História da Mundialização- Outro conceito






Apesar das constantes observações marcando a crítica referente ao capitalismo, não sobra dúvida, que é ele quem marca, rege e move a maioria das sociedades atuais.
O capitalismo, provoca surtos de expansão, cria e recria as forças produtivas e centraliza o capital em escala mundial.Por estes e outros motivos a história deste sistema, define-se na própria história da mundialização.
Todos os esforços, que são feitos hoje, servem para manter o capital girando e o sistema que depende dele funcionando. Dos exemplos mais primários, como trabalhar com o infante que influencia o poder de compra em casa, ou rejuvenescer velhas almas, dispostas a pagar altos preços para serem escravizadas como infantes novamente. Não é possível definir onde termina este processo... É um ciclo e um círculo não tem começo.
Podemos relacionar o capitalismo à fragmentação das culturas, a racionalização das idéias e ao fim do romantismo.Visto que dentro de um sistema financeiro onde o que impera é o consumo, a identidade de um indivíduo é definida por frases como: “Você é o que você veste” ou “Faça a sua moda”, estes conceitos pautam e ditam que o que você compra, as escolhas que você faz, enquanto consumidor, define quem você é. Sim, por um lado é exatamente isto, nos definimos pelo que temos. Para algumas pessoas ”ter é ser” e não ao contrário...A questão é: Até que ponto você realmente está escolhendo, ou deixando que escolham por você?
Não podemos nos iludir a ponto de achar que o capitalismo é o mal de toda a humanidade, usar este tipo de pensamento é fragmentar o racionalismo e isto não é saudável. É possível dizer que ele é o sistema que mais cabe a nossas necessidades criadas para reabastece-los e a humanidade estará bem equipada até que surja o próximo meio de interação de valores ou não valores, enfim

É fácil criticar este sistema (visto que estamos inseridos nele), combatê-lo, viver longe de seus preceitos é que parece uma tarefa quase impossível.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Seminário Trafico de Pessoas. Envolvam- se

26/11/2009 - Atendimento a vítimas de tráfico de pessoas será debatido em seminário nos dias 2 e 3



Tráfico de Pessoas: O Que Eu Tenho a Ver com Isso? Este é o tema do seminário que será realizado nos dias 2 e 3 de dezembro, no auditório da Procuradoria da República em Goiás. O evento é promovido pelo Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas de Goiás (NETP-GO), em parceria com o Ministério Público de Goiás, Ministério Público Federal, Ministério da Justiça e o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), governo de Goiás, PUC-GO e Universidade Federal de Goiás (UFG).

A abertura, no dia 2 de dezembro, está marcada para as 14 horas, com exibição, na sequência, do filme Cinderela, lobos e um príncipe encantado, seguido de um debate. No dia 3, a programação tem início às 8 horas, com a mesa de discussão do tema “O Tráfico de Pessoas no Cenário Nacional e Regional”, sob a coordenação do promotor de Justiça Saulo de Castro Bezerra, coordenador do NETP-GO. Às 10h30 será a vez da discussão “Um Olhar sobre as Políticas e Ações de Prevenção e Atendimento às Vítimas do Tráfico”, que será coordenada pelo professor Joseleno Vieira dos Santos.

No período vespertino, a partir das 14 horas, a programação começa com uma oficina para a elaboração de propostas de prevenção junto às agências de turismo. O encerramento está programado para as 18 horas.

As vagas são limitadas e as inscrições podem ser feitas com o preenchimento da ficha de inscrição e envio para o e-mail netp@mp.go.gov.br até o dia 30. O auditório da Procuradoria da República em Goiás fica na Avenida Olinda, Qd. G, Lt. 2, Park Lozandes, em Goiânia. Clique aqui para ver a programação completa. (Texto: Cristina Rosa /Assessoria de Comunicação Social - Arte: Wesley César)
Fotos

Cartaz de divulgação do seminário Tráfico de Pessoas: O Que Eu Tenho a Ver com Isso?

http://www.mp.go.gov.br/portalweb/conteudo.jsp?page=1&conteudo=noticia/7c2951ad1fbe1858d92398f9abc809c9.html

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Algo sobre a historiografia feminina...

Este é o começo de um trabalho sobre Mulher do sertão que estou desenvolvendo em um dos grupos de gênero que faço parte (Lembranças e Narrativas da Mulher do Brasil Central, com a Prof ª Dra. Maria do Espirito Santo Rosa Cavalcanti).

Estou gostando muito de pesquisar sobre este tema, porque é uma maneira de quebrar o preconceito que tenho, enquanto aluna, sobre os assuntos culturais e ainda aprender mais sobre o assunto...

Segue:


“ Se a mulher tem o direito de subir ao cadafalso, ela deve ter também o de subir à tribuna.” (Olympe de Gouges)

Introdução:

Vários fatores possibilitam hoje o interesse pelos estudos de gênero na iconografia cientifica. Ainda do século XIX as concepções sobre a figura feminina ainda tratavam a mulher como um ser inferior, dependente e submisso. De acordo com Londa Schiebinger, todos estes adjetivos acabaram por afastar a ciência e seus objetos dos estudos sobre o gênero. Mas não por muito tempo, já que na metade do século as pioneiras do feminismo começaram a questionar a formação educacional que era oferecida para as mulheres. Apesar de já poderem freqüentar as instituições de ensino as ementas direcionadas aos grupos escolares para as mulheres tinham a intenção de reforçar alguns conceitos, como o de “santificar a missão feminina na terra”, “vocação materna” ou ainda “responsável pelos ofícios domésticos”.
Alguns estudos, como por exemplo do historiador Thiago Santanna,citam a participação feminina nas ações abolicionistas goianienses, onde ele cataloga as experiências acerca do envolvimento das mulheres nestes episódios , procurando desmitificar os papéis que sempre são atribuídos ao gênero. Outros autores, como a historiadora Maria do Espírito Santo Rosa Cavalcanti, trabalham as memórias, que compõe o universo feminino do sertão, com recortes culturais específicos. Estas investigações sempre intentam legitimar e mostrar a relevância social que um estudo sobre o tema pode contribuir para o reconhecimento e o resgate da ação dessas sertanejas no país.
Apesar dos movimentos que eclodiam em determinadas partes do país para a emancipação intelectual da mulher, a sociedade do sertão do Brasil Central ainda mostrava resistência para aceitar o voto feminino, por exemplo. O vinculo religioso que mantinha a maioria dos colégios da época, e que ofereciam aulas para as mulheres, davam maior atenção ao preparo da reprodução, aos cuidados com a postura diante das exigências sociais que as cercavam e ainda ensinavam como elas deveriam cuidar dos alimentos direcionados a elas e aos filhos. Todos estes fatores mantinham o equilíbrio entre as expectativas masculinas, socializadas e enraizadas nas gerações anteriores e de acordo com Martha Robhes afligidos pela obsessão de mantenedores e concentrando –se em apenas tarefas práticas, tornando a mulher, cada vez mais afastada da participação financeira da família. O papel feminino dentro da instituição ,casamento, não era o de transformar a realidade em que vivia e sim, manter sua família unida, alimentada e educada (com os recursos patriarcais).
Como ouvir estas vozes ressonantes, que buscaram a diferença nesta realidade do Brasil Sertanejo em Goiás e no que elas imaginavam que seria uma vida mais digna?
Tentando responder estas questões que este trabalho é baseado , também em oralidades, em documentos pessoais, em alguns lugares onde a História ainda não foi para registrar o que teriam dito estas mulheres se questionadas em seu tempo.
A identidade da mulher no sertão goiano foi construída a custo destas memórias femininas, submissas ou não, políticas ou não, mães ou não. Mesmo porque, de acordo com Pollak,(1992,p.204) “A noção de identidade é construída como um fenômeno que se produz em referencia aos critérios de aceitabilidade, de credibilidade, até de admissibilidade, e que se faz por meio de negociação direta com os outros. Memória e identidade podem ser perfeitamente negociadas,e não são fenômenos que devam ser compreendido como essências de uma pessoa ou de um grupo”
Mesmo sem resultados definitivos, já que oralidades partem de falhas no tempo e memórias subjetivas, não há como negar que graças à intuição amorosa da mulher, desde muito tempo, governava disfarçadamente a ordem presente e futura de sua comunidade. A catalogação e a interpretação das narrativas femininas do começo do século XX nos permitirá descobrir como é que este “governo” se dava.


Autoria: Shirlei Romano
curriculo lattes: http://lattes.cnpq.br/0578442779563045

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Reflexões sobre o texto: Aspectos Subjetivos da Cidade(Sergio Paulo Rouanet)



Assim como muitos de vocês, já experimentei a sensação de ser estrangeira algumas vezes (dentro e fora do país e ás vezes no meu próprio quarto...Mas não é o caso agora...)...

O caso é que ao ler o texto Aspectos Subjetivos da cidade, comecei a refletir sobre o que torna uma localidade marcante? Quais são os argumentos daqueles que elogiam uma cidade em detrimento de outra?


Pensei nisto, porque escolhi uma outra cidade para morar, outros valores e outro território (o mesmo país mas com cobranças diferentes das que eu tinha, em outros lugares...)

Na narrativa de Sergio Rouanet, o que torna um lugar especial, titulo de muitas indagações são os sujeitos e as experiências vividas por estes sujeitos nos vários lugares que passaram.Desta maneira é importante que o individuo se identifique com o lugar ao qual pertence para que a cidade faça parte dele e assim ser a essencial de todas aquelas em que já viveu, ou pelo menos uma das. No texto Rouanet cita três lugares, como sendo essenciais, particularmente para ele, Recife onde nasceu, Rio de Janeiro onde reside e Paris por onde passou e se encantou. Com este exemplo simples, é possível dizer que o tema abordado é o mecanismo de identificação que faz com que o sujeito se familiarize com a cidade. Ora, é possível viver quarenta anos em um lugar sem se familiarizar com ele? Sim, é. Pelo menos na descrição de Lúcia Leitão, existem muitos critérios que fazem com que o lugar seja especial para o individuo, e isto não significa necessariamente que precisa ser o lugar onde ele nasceu ou viveu a maior parte dos dias. Pode acontecer de um lugar ter sido visitado por horas e a pessoa relacioná-lo como sendo geograficamente essencial para viver e encontrar nele elementos que justifiquem esta relação.


Isto se dá de uma maneira muito peculiar mas o importante é ressaltar que, o sujeito se projeta na cidade ideal, mas se realiza na cidade dos sonhos.

A cidade pode chegar a ser algo completamente diferente do que conhecemos hoje, o mundo,muda suas percepções e necessidades diariamente. Neste momento fala-se de uma cidade que existe no verbo e no real, que participa e conjuga o sujeito revertendo o campo das divagações utópicas para a construção de uma nova realidade dentro do espaço urbano. A História Cultural pode apontar caminhos para reflexões neste sentido.

Acredito que somos seres adaptáveis, mas ás vezes resistimos a pertencer ao lugar em que estamos...Particularmente sei qual é o meu foco de resistência na cidade em que estou ( não me localizo bem, geograficamente, neste território)...Resisto inconsciente ou conscientemente sei lá...Como que tentando preservar a minha identidade regional, ou seja no momento que eu pergunto : " Qual o caminho para tal rua?" Na verdade quero dizer : " Não sou daqui..." Sei que é uma forma de não adaptação e que só dificulta as coisas, mas fazer o que? Sou um ser em construção e felizmente ciente de minhas limitações subjetivas em toda a cidade que pairo meus devaneios...


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Soberania Nacional nos países Latinos ?




Este tema , é um conceito que aos poucos é eliminado do vocabulário da América Latina, por exemplo...Por ideologias que chegam do estrangeiro, com slogans fáceis e com uma estrutura cinematográfica para levar o espectador latino para dentro da “Beleza Americana” a real , aquela que pode ser vivida. Porém não pode. Sabemos que um Estado só pode respeitar os seus cidadãos quando respeita o seu direito de ser o que a nação oferece, e com exceção de Cuba, não temos uma nação latina que preserva tanto o seu espaço nacionalista para impedir que influências externas venham impossibilitar o sentimento pátrio.

O excesso disto também não pode ser visto como natural, já que trazem a tona , grupos radicais com ideologias que beiram o terrorismo, mas uma politização bem realizada faz com que a população se ressinta e perceba o seu próprio massacre,as vias que os levaram aonde estão e portanto devem ser combatidas, negadas, sentidas e não ignoradas.

Nacionalismo

Fragmento do estudo que fiz semestre passado sobre Os movimentos Nacionalistas, dentro do livro de Eric Hobsbawm- A Era das Revoluções- (estava na hora de eu colocar algum material que pudesse ser útil (ou não...rs) para os historiadores googleiros ...Levem em consideraçaõ que é um recorte, inserido dentro de uma pesquisa mais elaborada...


Segue:


Autoria: Shirlei Romano


Após 1830, a partir da Europa, os movimentos em favor da revolução se dividiram, com isto surgiram : OS MOVIMENTOS NACIONALISTAS CONSCIENTES.

As manifestações que são consideradas símbolo desta evolução, são os chamados movimentos “jovens”, inspirados por Giuseppe Mazzini, que foi uma das mais importantes figuras da unificação italiana, ao lado de Garibaldi e Conde de Cavour, político e revolucionário do movimento chamado Resorgimento, e fundou a Jovem Itália, Jovem polônia, Jovem Suíça, Jovem Alemanha, Jovem França, em 1831-6 e o movimento similar chamado Jovem Irlanda.Todos estes movimentos foram criados com a intenção de unificar e libertar outros estados europeus e são considerados marco da “desintegração do movimento revolucionário europeu em segmentos nacionais”.

Pontos importantes a destacar:

· Estratégias e programas políticos semelhantes

· Bandeiras parecidas, quase invariavelmente tricolor ,de alguma forma

· Exigências similares

· A encarnação de Messias junto aos movimentos, de uma figura que representasse e falasse por todos

Mas apesar de toda a garra que era sentida nos movimentos sociais , até aquele momento só havia tido um grande levante de sucesso e este era francês, assim era inevitável não tê-lo como uma espécie de “quartel general de todas as revoluções e o necessário primeiro motor da libertação do mundo. Confiar em Paris era racional; confiar em uma vaga “Itália” , “Polônia” ou “Alemanha” (representadas na prática por um punhado de conspiradores e de imigrantes) só era lógico para os italianos, poloneses e os alemães”

E porque que o novo nacionalismo recebeu tanta atenção dos estudos históricos? O autor explica que se ele tivesse sido limitado só aos membros da fraternidade, certamente não valeria a pena citá-lo, porém ele refletia forças muito mais poderosas que estavam tomando um corpo consciente nesta época especifica (1830):

· Descontentamento dos proprietários menores/ pequena nobreza

· Surgimento de uma classe média e até de uma classe média inferior em vários países, tendo como porta-vozes intelectuais profissionais

O papel da pequena nobreza pode ser sentido melhor na Polônia, e na Hungria, onde os “grandes magnatas húngaros, eram em geral, católicos e de há muito tinham sido aceitos como os pilares da sociedade...” Estes cidadãos haviam descoberto maneiras de entrar em um acordo com o absolutismo e a dominação estrangeira.Por não terem problemas financeiros, suas intenções pareciam preferir a diplomacia do que a revolta, afinal não era interessante perder tão bons aliados em negócios futuros. Mas o que dizer daqueles senhores, que eram considerados cavalheiros, e que tinham certo nível intelectual, porém não tinham dinheiro? Estes arquitetavam alternativas para entrarem no universo administrativo e político de alguma maneira, exceto funções que os levassem de encontro a burguesia,pois esta não era tolerada por eles.Incapazes de competir com a já consolidada classe média, estes distintos europeus passaram a formar uma classe, até despretensiosa de sua própria força, contra o absolutismo e à “dominação dos magnatas e estrangeiros, protegendo-se (como na Hungria) por trás do escudo duplo do calvinismo e da administração dos condados”,portanto naturalmente o descontentamento, e a oposição local e a aspiração de empregos mais dignos com suas condições se juntassem as impressões nacionalistas.

Por outro lado o setor empresarial, já consolidado de uma forma muito densa,principalmente na Inglaterra, nada queriam com o nacionalismo, todos os produtos tinham de uma certa forma, ligações entre si, e bater de frente com outras nações seria perder um mercado interessantíssimo para as finanças da classe, supracitada. Além do mais, haviam triunfado, em um campo que os nacionalistas ainda não tinham tido muito sucesso, que era o da unidade nacional, por meio da União Aduaneira. De acordo com o site: http://www.notapositiva.com/dicionario_gestao/uniao_aduaneira.htm, acessado em 03/06/09 ás 15:22: “Uma União Aduaneira é uma forma de integração econômica, em que se verifica uma livre circulação de bens entre os países membros e, simultaneamente uma pauta aduaneira comum para com países terceiros”. Os chamados Impérios Nacionais, preferiam as vantagens que os grandes mercados abertos, propiciavam do que a promessa de regionalismo mercantil da bandeira nacionalista.

Como já foi citado anteriormente,os grandes interessados no nacionalismo, dentro da classe média, eram as chamadas classes educadas (categorias profissionalizantes, administrativas e intelectuais) e porque era do interesse deles, este tipo de movimento? Para este segmento era muito interessante que houvesse autonomia dos povos e o direito de criarem seus próprios estados.Não de uma maneira extremista de um estado independente, exigiam alterações politicas, que pudessem defender sua classe. Por este e outros motivos que não devemos considerar o movimento nacionalista como homogêneo porque nem todas as classes que queriam o nacionalismo, o queriam por uma questão patriótica, existiam muitos interesses em jogo, e arriscamos dizer que se outra vertente desse melhores opções e talvez até mais vantagens que a bandeira nacionalistra, certamente estes intelectuais, não todos, mais a maioria seriam motivados a defender os ideais desta suposta corrente convidativa.

Outro ponto que trata o texto , sobre a identidade nacional é a questão educacional, os movimentos exigiam a educação das massas, importante nesta concepção tanto para a economia cada vez mais dependente da tecnologia, quanto pela nova demanda da administração pública e privada. Ou seja a serviço do estado nacionalista a escola tinha a obrigação de educar os cidadão a serem bons súditos. Como funcionaria isto:

O sistema educativo nacional, organizado pelo Estado, exigia que o ensino se fizesse numa língua oficial. A educação, os tribunais e a burocracia, fizeram da língua a primeira condição da nacionalidade. Também o serviço militar era usado para incutir a consciência de nacionalidade. Por outro lado, o nacionalismo de estado tanto podia mobilizar habitantes como alienar outros, que não pertenciam, nem queriam pertencer à nação edificada. Mais uma vez, o exemplo é o dos emigrantes, que sentiam na pele os movimentos nacionalistas da sociedade de acolhimento, por serem vítimas de xenofobismo e por serem obrigados a nacionalizar-se. Por isto, no seio dos imigrantes, a nacionalidade transformou-se numa rede de relações pessoais porque cada vez que se encontra um membro da mesma nacionalidade estabelece-se uma relação pessoal” [1]

O texto mostra claramente na página 195 que a esmagadora maioria dos europeus, continuava sem instrução, e até mesmo, muitos trabalhadores que iam viver na Europa não tinham uma alfabetização forte. Fácil imaginar porque, afinal se hoje no século XXI, temos dificuldades de convencer os trabalhadores da importância da educação, da alfabetização para seus filhos, à época que trata o texto, recém tomada de rebeliões, revoltas, que faziam o povo desacreditar no estado, e na sua função, como convencê-los da importância de serem alfabetizados?

Mesmo com esta imposição das línguas pelo movimento, não era desta maneira que os cidadãos identificavam se uns com os outros. O elemento de congregação destes povos, continuava sendo a religião. Então, de acordo com Hobsbawm , o “teste de nacionalidade” era para um espanhol encontrar outro católico como ele, mesmo que não falassem o mesmo idioma, pertencia à mesma nação, neste sentido, sensível, os russos eram reconhecidos entre seus vizinhos ortodoxos. Mas isto ainda era complicado de definir, já que os italianos por exemplo, nem sequer conseguiam entender uns aos outros, visto os muitos dialetos que as distâncias determinavam. Mesmo assim ,este enfrentamento não era considerado foco de nacionalismo, não havia esta consciência , este desejo de formar um estado pela maioria da população trabalhadora, isto partia de cima. Como exemplo o texto cita o caso dos Camponeses de Galícia, que em 1846 se opuseram aos revolucionários Poloneses, mesmo estes tendo declarado que queriam acabar com a servidão imposta pelo poder regente àquela região. Tantos anos de opressão fez com que confiassem mais nos agentes do imperador do que nestes ditos nacionalistas com os quais não se identificavam.

Mesmo com estes exemplos é inegável que as conseqüências do nacionalismo europeu se estenderam de uma forma absurda. Não só por ter sido criado na chamada nova Europa, mas por despertar um sentimento de resistência à opressão, com olevante dos pequenos que conseguiram chegar aos grandes. Grandes potências também surgiram a partir do nacionalismo: Alemanha, Bélgica,Itália, além do que pelo nacionalismo é que se deu origem à Primeira Guerra Mundial, e foi com as bases destes sentimentos nacionais conservadores, como denomina Hobsbawm que irão nascer os regimes autoritários e fascistas pós guerra. Impossível não achar que o movimento teve conseqüências globais..E pensar que nasceu a partir de movimentos jovens que intencionavam apenas a libertação de suas próprias nações.

BIBLIOGRAFIA

HOBSBAWM, J.E. A Era das Revoluções 1789-1848, Paz e Terra, Rio de Janeiro

http://www.notapositiva.com/dicionario_gestao/uniao_aduaneira.htm, acessado em 03/06/09 ás 15:22

http://neh.no.sapo.pt/documentos/nacionalismos.htm, acessado em 03/06/09 ás 15:42

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Oaxaca: Uma comuna do século XXI


Oaxaca: Uma comuna do século XXI[1]



Oaxaca é um Estado do México um pouco menor que Pernambuco com 3 milhões de habitantes, destaca-se como o segundo Estado mais pobre do país.Sua capital –é considerada a mais bela cidade colonial do país têm 600 mil habitantes. Com quase metade da população recebendo menos do que um salário mínimo, o que mais revela a pobreza deste Estado é a falta de interesse das elites burguesas mexicanas.

Dentro do movimento sindical mexicano, existe muita burocracia e de acordo com Gilson Dantas[2], este movimento é conhecido pela sua corrupção e métodos gangsteristas e ainda por manter estreitas ligações com o PRI[3] ,o que por si só descaracteriza o envolvimento de uma luta anti a ordem estabelecida.

A estrutura da Comuna de Oaxaca ,teve inicio com a insatisfação salarial dos professores (que recebem salários baixíssimos) e dentro da sociedade daquele estado, são os que recebem mais, ou os que têm mais estabilidade profissional (só para termos uma idéia da pobreza da região). Todos os anos, esta classe de trabalhadores sai nas ruas e pleiteia melhores condições de trabalho, e como sempre acontece o governo respondeu com migalhas e ainda acrescentou uma violenta repressão. Dentro deste contexto os professores se declaram em greve.

Esta paralisação durou de maio a junho e os manifestantes agiram com bloqueios as principais rodovias de acesso à cidade e um grande piquete permanente de apoio na praça central da capital. Em junho eles foram retirados a força da praça central (neste ponto é importante ressaltar a brutalidade da policia mexicana), mas mesmo com este revide os manifestantes voltaram aos milhares e agora como apoio popular.

Não é difícil imaginar porque houve tanta adesão as manifestações de Oaxaca, ora, uma população que vivia a beira da miséria, e passava toda sorte de necessidades enquanto via seus esforços sendo massacrados por uma forte repressão, de décadas só podia guardar muitas mágoas. A oportunidade de externar isto através de uma manifestação de cunho popular, como era o propósito do magistério da cidade foi muito bem acolhida pela população de revoltosos.

Como a negociação estava cada vez mais difícil os manifestantes resolveram se organizar em uma Associação chamada APPO( Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca) e seu principal objetivo era a renúncia do governador do Estado, que na visão dos manifestantes era o responsável por anos de opressão e misérias. A Assembléia “funcionou como um organismo único frente às massas populares de ampla base social e de luta,baseado na categoria dos trabalhadores da educação,tomando as suas decisões com base em assembléia[4]. A partir da organização da APPO, várias manifestações coordenadas apareceram por todo o país, e durante o seu auge que durou de junho a novembro de 2006, contou com 200 representantes de diversos movimentos. Como por exemplo: grupos de mulheres,sindicatos,redes de direitos humanos, ambientalistas, organizações camponesas,indígenas,estudantes e comunidades de base da Igreja .

Segue tópicos dos principais feitos a partir da Assembléia:

  • Vários setores da população explorada saíram às ruas, obrigando a policia a se recolher de volta aos quartéis.
  • Meio ano de lutas e greves populares e com mega marchas que chegaram a ter de 300 a 500 mil participantes.
  • Edifícios públicos foram ocupados,inclusive em vários municípios de Oaxaca.
  • Programas de rádio passaram a ser transmitidos sob controle dos professores, divulgando a luta e coordenando o movimento
  • Ocupação de canais de TV, o que possibilitou a geração do noticiário próprio dos manifestantes, sem a interferência e imparcialidade da grande mídia, mobilizando movimentos culturais e sociais.
  • Barricadas com plantões todas as noites para garantir seu “toque de recolher” e sua “força policial” própria, além de um guarda móvel encarregado da ordem publica e da contenção da hostilidade do governo
  • Implantação de um governo alternativo com controle territorial importante e ampla base de massa.

Suas principais reivindicações eram:

· Construção de órgãos de massas democráticos e de luta.

· Organismo popular pré-soviético do tipo Comuna[5]

A repressão ao movimento foi intensa, inclusive com o assassinato de 23 manifestantes, (logo no inicio da revolta) detenção de outras centenas e na retirada de algumas dezenas. Muitas mulheres que participaram do movimento foram violentadas, nas barricadas noturnas, e as mortes passaram a ser rotina dentro da resistência.

Até os dias atuais, muitos lideres da rebelião estão em cárcere de segurança máxima, com acusação de provocar a desordem publica, além dos testemunhos contarem centenas de desaparecidos. Dentro de todo este caos, a posição do governo do México foi a de não afastar o governador de Oaxaca e ao mesmo tempo debilitar a Comuna, interna e externamente, enviando tropas federais onde poderiam encontrar pontos de manifestação e ao Campus da Universidade (principal foco de resistência dos manifestantes e onde formavam suas maiores barricadas e vinculavam o principal meio de comunicação da rebelião através da Radio Universitária).

“Uma parte da força da APPO convocava a unidade do movimento para o retorno às aulas e para o abandono das barricadas, numa fase em que o movimento mantinha sua força,ao mesmo tempo em que o governo não cedia e simultaneamente,assassinava”[6]


[1] Titulo do artigo do Professor Gilson Dantas

[2] Gilson Dantas é doutor em Sociologia pela UNB

[3] Partido Revolucionário Institucional Mexicano, ligado ao governo ditador que esta a frente da política de Oaxaca à 77 anos.

[4] Trecho da revista Antítese n° 4/outubro de 2007-Artigo de Gilson Dantas

[5] Os sovietes ou conselhos são órgãos amplos,democráticos (democracia direta) e de combate de massas,fundados na classe trabalhadora.Costumam surgir em todo processo revolucionário profundo e se constituíram com o partido de Lênin e Trosty, na base essencial da tomada do poder na Rússia de 1917.

[6] Trecho da revista Antítese n° 4/outubro de 2007-Artigo de Gilson Dantas

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Para descontrair...

HISTÓRIA, em quadrinhos

(no sentido literal da coisa)


Sempre goste deste site : Nona Arte, traz umas tiras incriveis...Clicando aqui e ali, descobri algumas sobre história...

Segue:

E muitos outros


Boa Leitura...




quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Se a liberdade fosse colorida, para mim seria Azul!




Tenho amigos que dizem que os historiadores são muito radicais, que não ponderam...

Mas como é que vamos nos calar, quando lemos que na Convenção da Paz, ocorrida em Haia,por exemplo, nenhuma nação latino americana foi chamada para representar seus liderados? E não importa quanto tempo isto faz, porque todas as feridas latinas continuam abertas e sangrando...

- fato-

Ficamos com a representação Norte Americana, que tem a realidade completamente diferente da nossa?

Está bem amigos, acho que diante disto devo aceitar que alguém sempre fale por mim..Será que assim é melhor?

Tenho voz, e enquanto tiver digo, ou cito, ou me manifesto...

Fico com Beauvoir

Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância.

ps: não sou adepta dos "fora yankees!!" , mas sim do respeito que cada nação deve a outra, revelando cumplicidade digna e humanitária . Não vou ignorar algo latente, por mais rebelde que possa parecer, prefiro mostrar as chagas do que esconde-las embaixo da idéia de inferioridade que tentam inferir a nós , todos os dias, ou do sorriso amarelo de "deixa estar".

Cada um lê com os olhos que tem e interpreta a partir de onde os pés pisam.

Esta frase de Leonardo Boff, mostra a maneira como a História ou as histórias/estórias, podem ser interpretadas...

Aprendemos que não existem verdades, mas construções ou intenções de verdades...Baseadas na sociedades em que vivemos e a cultura que adotamos...

Aprendemos a respeitar as mentiras e entende-las...E até a admitir que quando se trata de pesquisa , a mentira pode ser um fato tão cru quanto a realidade...

Muito confuso, mas estou construindo este conhecimento, através das ferramentas e autores, apresentados esta semana: Richard Rorty, Homi K. Bhabha e Arif Dirlik.

Algo no sentido que o trabalho do Mestrando Edimundo Rosa esta trazendo: " A bolha nebulosa da teoria", intrigante, vale a pena pesquisar...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Blog de História...

Existem muitos motivos para começar este blog...Um deles certamente é a escolha profissional que fiz e que me motiva a buscar respostas ou aceitar o que simplesmente precisa de pesquisa, muita pesquisa...E o outro é porque precisava de um espaço só para escrever sobre o que fascina dentro desta escolha.

Sempre escrevi sobre estes assuntos, mas estavam ficando meio misturados com algo mais pessoal no meu outro blog: www.minutosinconstantes.blogspot.com. E considerei importante ter um espaço só para “historiar”...Acredito que vai ficar mais prático de administrar e segmentar tb..Afinal quem estiver interessado em saber curiosidades históricas não precisa saber como está indo minha semana , certo?

Agora a motivação toda...

A parte mais interessante de estudar história certamente está nas coisas inacabadas, porque são nestes pontos que precisamos rever e trazer a tona questões que antes não existiam..Mais questões que demandam mais pesquisas, em um ciclo que mistura um pouco de tudo.

Cada descoberta, não precisa ser tão comemorada...Ou como dizem por aí: O melhor da festa é esperar por ela, a analogia disto com a carreira que escolhi é: o melhor do projeto é a pesquisa não o "resultado".

Tentarei colocar aqui um pouco do que absorvo desta ciência ( esta afirmação por si só já mostra que não será um blog extenso)...Mas trará partes do que realizo no Centro de Pesquisa que trabalho e dos Grupos e Projetos que faço parte.

Atualmente são três, todos ligados a realidade de Gênero, que o campo que mais me identifico, o que não significa que as outras áreas do conhecimento histórico serão negligenciadas...

Segue o Link das Plataformas de Pesquisa que participo na graduação:

Espero que seja uma ferramenta útil para quem busca informação e pesquisas em Ciências Humanas e um espaço para debates...Ou seja lá o que vocês quiserem.Web é um espaço democrático e aberto, não é?

Bem Vindos a este descontrole historiográfico

Um país que tem Pré- História ( terça-feira, 9 de junho de 2009

Um estudo que é pouco abordado nos cursos de História na maioria das faculdades, é o estudo sobre a Pré-História Brasileira...Parece que nossas terras só passaram a existir quando os Portugueses aportaram por aqui e sabemos que isto não é verdade. Há muita história na Pré História do Brasil, antes da escrita e da dita civilização..(sim, dita, pq todas as comunidades que aqui viviam desenvolviam de uma maneira ou de outra sua sobrevivência e o faziam em grupo, então não podem ser chamadas de outra coisa do que civilização)

Em Goiânia há o Museu Antropológico que traz elementos significativos da pré-história no Brasil Central (região que me interessa muito em pesquisa), e cada Estado mantém o seu próprio acervo sobre o Brasil antes da escrita, antes da chegada dos colonizadores, um Brasil que tem milhares de anos.

O fato de sermos uma nação jovem, só significa que em termos de democracia, civilização (no conceito de Norbert Elias ), ou no que hoje é considerado mundialmente importante, temos realmente muito chão para percorrer, mas temos pré-história, ( toda uma cultura negligenciada mas que nos pertence...)

Vale ressaltar que não sou nacionalista, respeito o direito das pessoas de defenderem seus pontos de vista, assim como defendo o meu...Caros professores, coordenadores dos Planos Pedagógicos Curriculares, vamos dar mais abertura para este assunto...E ao invés de tratarmos como informações que nos rebaixam, tentemos torna-las motivo de orgulho para nossos alunos...

[caption id="attachment_59" align="alignnone" width="368" caption="Sambaquis, vestígios dos povos pré-históricos do litoral brasileiro"Sambaquis, vest�gios dos povos pré-históricos do litoral brasileiro




"Parque Nacional da Serra da Capivara - Vestigios Pré Históricos no Brasil"Parque Nacional da Serra da Capivara - Vestigios Pré Históricos

"Fóssil encontrado em cerâmica na região Amazônica"Fóssil encontrado em cerâmica na região Amazônica[/caption]

[caption id="attachment_62" align="alignnone" width="300" caption="Cerâmica pré histórica encontrada e restaurada"Cerâmica pré histórica encontrada e restaurada
"Representação do cotidiano indigena"Representação do cotidiano indigena

"Outra representação, ritual entre os guerreiros da Tribo"Outra representação, ritual entre os guerreiros da Tribo

O assunto existe , as imagens estão disponiveis...

Tão importante quanto sermos reconhecidos pelo que fazemos , é sermos elogiados por aquilo que nos tornou o que somos.




Temos muita bibliografia também fora da Web, vamos deixar um pouco de lado a História Europeizada que nos impõe uma inferioridade que não combina com o nosso país,e pesquisar os autores que falam do Brasil Pré Histórico.

  • Pedro Paulo Funari- Pré História do Brasil

  • Josué Camargo Mendes - CONHEÇA A PRÉ-HISTÓRIA BRASILEIRA

  • Stella Carr- O Homem do Sambaqui (Uma Estória na Pré-História)

  • Cláudio Vicentino- Brasil: Da Pré História à Independência Política

  • e tantos quantos pudermos pesquisar...

Plano de Aula, para ensino fundamental-Tema: Continente ( 6 de junho de 2009 às 09:12:41 )

Recentemente a disciplina de História da Africa foi agregada as matérias do ensino fundamental também..Não a Africa escravizada,mas a nação como um todo...Durante o Estagio Supervisionado I (que é uma das matérias que temos em História, foi propostoa elaboração de uma aula sobre o tema...


Segue...

ps: Faz-se necessário explicar conceitos antes da apresentação das imagens, para que as imagens não virem motivo de banalização do conteúdo, principalmente com a palavra etnia, fui aconselhada a trabalhá-la de forma bem detalhada, juntamente com o significado de “África Repartida”, explicar por quem e por que...

Sintam –se a vontade para utilizar a mídia...O conhecimento deve ser de domínio público, só peço a gentileza de citarem também o ultimo slide, com os créditos das imagens e da produção da aula, como uma forma de respeito aos profissionais que o fizeram possível, ok?

Sucesso a todos!