segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Entrevistas para Mono I


Tive uma conversa emocionante com Profª Maria Eloá, e ainda ganhei um livro escrito por ela...Pessoa apaixonante...



Contra todo o sistema da época – 1945 a 1970, Dna Eloá ,participou de várias campanhas ideológicas e chegou a lançar um manifesto intitulado: “Porque Me Tornei Comunista” De personalidade forte , conta com muita sobriedade sobre sua vida política e sobre a comunidade de Jataí de maneira geral. Assim que transcrever a entrevista postarei alguns trechos aqui no blog...Não pude deixar de lançar vários olhares de admiração para ela, ser imparcial dialogando com esta senhora foi tarefa difícil, tamanha a paixão que ela têm em tudo que faz e diz...Ela é uma dessas pessoas que nas horas vagas faz colcha de retalhos e escreve poesias e histórias, tudo com a mesma intensidade e compromisso.

“ Melhor você direcionar as perguntas para o que quer realmente saber, minha querida, se não acabarei lhe contando o romance da minha vida...” Maria Eloá de Souza Lima 87 anos, escritora, artesã, autodidata e ativista local desde os anos 50.


ప్స్: "Pois são exatamente estes romances, estas memórias que completam meu trabalho..." eu, respondendo à orientação de Dna Eloá, durante a entrevista...


ps2: Agradecimento especial à Iury e Márcia Almeida, que tornaram o encontro possível.




terça-feira, 21 de setembro de 2010

PIN UP´S




Minha amiga Amanda, pediu que eu ajudasse a traduzir um texto importante para sua monografia. Ok, juntei todo o meu “vasto conhecimento” da língua do Tio Sam e lá fui eu...

O trabalho dela é sobre as PIN UP´S as modelos de várias partes do mundo que povoavam os sonhos dos soldados para que estes pudessem lutar em paz com a certeza e a promessa de uma vida melhor fora dali. (eram como os Kamikazes ou os terroristas no Iraque, mas a ilusão era em vida mesmo)...

Meu conhecimento sobre PIN UP´S até o momento era bem senso comum mesmo: Greta Garbo, Marilyn Monroe etc....Mas descobri que o assunto é apaixonante e bem vasto...Por isso vou dividir com vc´s.

Acabei refletindo sobre várias coisas destas representações , de acordo com a autora, o homem que ia para guerra precisava ser viril e macho, diante de um ambiente marcado pela tensão homoerótica causada pela abstinência sexual e a presença de muitos homens em um único espaço.Precisava corresponder as expectativas dos companheiros de batalha e proteger sua masculinidade,sempre tendo que reafirmar sua postura em relação à ideologia masculina, ao mesmo tempo que deveria ter saudades de casa e ser amante dos prazeres domésticos. Contraditório não é? Só desta forma, eles poderiam lutar por um ideal utópico e ainda terem para os braços de quem retornar...

Lembra-me algumas coisas sobre os dias atuais, ta bem, masss, não vêm ao caso...

O que mais me chamou a atenção era que as imagens das PIN UP´S, eram exploradas para corresponder aos sonhos masculinos, da mulher sensual que fica em casa passando roupa, que lindo, né? Ou melhor, com um avental curtinho espanando a casa...É claro que elas tiveram um papel fundamental na manutenção da sanidade destes homens no campo de batalha, imaginem? Soldados que só não morriam de depressão na esperança de saber quem era a capa da PIX, a revista semanal australiana que trazia as PIN UP´S.

As altas cúpulas e autoridades do exército montavam estratégias e mantinham diálogos com as revistas para vincularem sempre jovens moças em ambientes doméstico que lembrassem a moral e os bons costumes, assim o homem poderia ser viril em batalha, sabendo que poderia voltar para os braços aconchegantes de uma donzela como aquela representada pelas fotos e ainda colecionando estas figuras e podendo reafirmar sua sexualidade a todo o momento.

Em alguns casos para ensinar estratégias de guerra aos novos recrutas as técnicas eram escritas em cima dos pôsteres das PIN UP´S, desta forma o general garantia a atenção do soldado e ainda o animava para seguir para o front.

Sei que estou em uma onda super feminista aqui no blog, e justifico isto pelo meu recente ingresso na leitura e no movimento. Mas quer saber o que concluí? As mulheres ganharam cada batalha que os australianos, britânicos e norte americanos lutaram...Mantendo a sanidade das tropas e o equilíbrio dentro das tendas.

Os homens foram para guerra, mas as mulheres que venceram as batalhas!

Eu sei, eu sei, sempre detestei estas frases : atrás de um grande homem sempre há uma grande mulher,para mim , só servem para reforçar o machismo e a submissão feminina, mas uma hora eu tenho que reproduzir o que a sociedade joga aos montes para mim há 27 anos não é mesmo?

Mais uma vez na história os conceitos de beleza feminina, doçura ligadas aos sempre atributos domésticos foram utilizados a favor da massa masculina, mas desta vez sinto um gostinho de vitória...Como se elas estivessem indo para guerra também. E não que eu concorde com a guerra...

Eram homens carentes e solitários, vivenciando uma experiência traumática...E que se obrigavam a escrever cartas para uma fotografia para não enlouquecerem..Olhem o trecho de uma delas

Eu sou um soldado muito solitário, não estou autorizado a dizer onde estou atuando,mas quem sabe você adivinhe por algumas coisas que escreverei nesta carta. Achei uma linda foto sua, e gostaria de derramar algumas linhas , esperando que você não se importe de tê-las. Estou aqui há oito meses e tenho visto todos os ataques, eu tenho tido intervalos de sorte e tenho sobrevivido à tudo à distância. Acho melhor escrever sobre mim, no caso de você decidir escrever para mim como um amigo. Tenho 1,75 e peso 92 kg. Na vida civil eu sou um motorista da fronteira, na estação do meu pai em Wagga Wagga. Tenho vinte e um anos. Espero ter notícias suas em breve, e por favor não pense mal de mim, por eu escrever para você.
ps: escreva logo por favor.



Aprendi muito com as PIN UP´S, aprendi que elas eram respeitadas e admiradas, suas fotos nunca eram tratadas como algo fora da moral e que muitos homens que tiveram sorte de voltarem vivos para casa, agradecem à elas por terem mantido sua paz interior...Paz interior enquanto matava, centenas de pessoas...

ok, ok...Vou parar por aqui, antes que a coisa fique ideológica demais...Ou contraditória demais...Humm...Será que um vive sem o outro?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

( a coisa se dá passo a passo)



Voltei do evento Fazendo Gênero 9, em Florianópolis...

Posso dizer:

• Que foi uma experiência única e que agora entendo, que as idéias, os movimentos (qualquer movimento, qualquer passo) acontece devagar...

• Entendo que as conquistas de hoje, em relação aos direitos pela igualdade da mulher, são reflexos de muitas lutas travadas desde sempre.

• As feministas têm formas lúdicas de se encontrar...(e fazem estes encontros a todo o momento em qualquer canto...)

• Na década de 70 as mulheres procuravam por entidades que as representasse, hoje são as entidades que as procuram

• Existem mais homens feministas do que eu imaginava...

• Que eu realmente gosto da vida acadêmica,d e tudo que cerca o universo das pesquisas e dos discursos que saem dos discursos...


E principalmente :

“Temos o direito de ser iguais quando a diferença nos inferioriza;
temos o direito de ser diferentes quando a igualdade nos descaracteriza." (Boaventura Santos, em A construção multicultural
da igualdade e da diferença.)

Em 2012, espero estar comunicando minha tese para o doutorado, no meio de tanta gente interessada em aprender sobre gênero...Já que eu, estou sempre tão interessada em dividir minhas descobertas...

sábado, 3 de julho de 2010

Dita, nua... Dita crua




E quem foi mesmo que disse que a Justiça, tarda...não...Ah, enfim, não gosto de dar ibope para frases feitas, então só fico feliz pelo Zé do Araguaia ter conseguido junto ao movimento do qual faz parte a anistia de tantos nomes que ainda constavam como inimigos da república, por puro descuido burocrático...Antes que vire museu e caia no esquecimento,esta página da história política americana...

Abro mão do meu preconceito com frases prontas, feliz pela frase a seguir ser escrita dentro de um roteiro e por isso não é utilizada como jargão filosófico pelas "quadradezas"

Aviso: * Ser do contra é fácil. Chega um momento na vida em que é necessário aprender a ser a favor. - Rei Charles II em O libertino (2004).

Eu, a favor dos vários movimentos de anistia para aqueles que participaram das revoluções sociais contra a ditadura.

Mas contra ou a favor é só questão de perspectiva e do ângulo por onde olho prefiro assumir esta posição, respeitando o lugar que, você leitor, escolhe defender!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Triste choque de realidade




Pois é prezados...Mas escolhas servem para isso, serem avaliadas e reavalidas o tempo todo...

sábado, 16 de janeiro de 2010

Para ler tomando chá de canela...




Gosto de ler sobre o Holocausto. Como já devorei os livros técnicos, as pesquisas e parte dos diários encontrados em porões, fogueiras e esgotos... Às vezes me aventuro nos romances... Apesar de que meus amigos historiadores podem discordar, há muita coisa legal acontecendo na literatura sobre o tema... Neste sentido indico algo que não faço muito, um destes livros estilo best-seller, que vende pela capa sabe? Mas que curiosamente traz um conteúdo sóbrio (e olha que ter sobriedade para narrar aquela guerra não deve ser tarefa fácil) mas Marcus Zusak, autor de “ A menina que roubava livros” conseguiu me conquistar...Humm, não que eu seja assim tão difícil, mas não me empolgo fácil com as coisas, prefiro uma digestão lenta a tomar sopa de canudinho, se é que me entendem...

Enfim, tirem suas conclusões, eu gostei...Mas acho eu depende do momento, da lua e do clima...

História da Mundialização- Outro conceito






Apesar das constantes observações marcando a crítica referente ao capitalismo, não sobra dúvida, que é ele quem marca, rege e move a maioria das sociedades atuais.
O capitalismo, provoca surtos de expansão, cria e recria as forças produtivas e centraliza o capital em escala mundial.Por estes e outros motivos a história deste sistema, define-se na própria história da mundialização.
Todos os esforços, que são feitos hoje, servem para manter o capital girando e o sistema que depende dele funcionando. Dos exemplos mais primários, como trabalhar com o infante que influencia o poder de compra em casa, ou rejuvenescer velhas almas, dispostas a pagar altos preços para serem escravizadas como infantes novamente. Não é possível definir onde termina este processo... É um ciclo e um círculo não tem começo.
Podemos relacionar o capitalismo à fragmentação das culturas, a racionalização das idéias e ao fim do romantismo.Visto que dentro de um sistema financeiro onde o que impera é o consumo, a identidade de um indivíduo é definida por frases como: “Você é o que você veste” ou “Faça a sua moda”, estes conceitos pautam e ditam que o que você compra, as escolhas que você faz, enquanto consumidor, define quem você é. Sim, por um lado é exatamente isto, nos definimos pelo que temos. Para algumas pessoas ”ter é ser” e não ao contrário...A questão é: Até que ponto você realmente está escolhendo, ou deixando que escolham por você?
Não podemos nos iludir a ponto de achar que o capitalismo é o mal de toda a humanidade, usar este tipo de pensamento é fragmentar o racionalismo e isto não é saudável. É possível dizer que ele é o sistema que mais cabe a nossas necessidades criadas para reabastece-los e a humanidade estará bem equipada até que surja o próximo meio de interação de valores ou não valores, enfim

É fácil criticar este sistema (visto que estamos inseridos nele), combatê-lo, viver longe de seus preceitos é que parece uma tarefa quase impossível.