quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Se a liberdade fosse colorida, para mim seria Azul!




Tenho amigos que dizem que os historiadores são muito radicais, que não ponderam...

Mas como é que vamos nos calar, quando lemos que na Convenção da Paz, ocorrida em Haia,por exemplo, nenhuma nação latino americana foi chamada para representar seus liderados? E não importa quanto tempo isto faz, porque todas as feridas latinas continuam abertas e sangrando...

- fato-

Ficamos com a representação Norte Americana, que tem a realidade completamente diferente da nossa?

Está bem amigos, acho que diante disto devo aceitar que alguém sempre fale por mim..Será que assim é melhor?

Tenho voz, e enquanto tiver digo, ou cito, ou me manifesto...

Fico com Beauvoir

Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância.

ps: não sou adepta dos "fora yankees!!" , mas sim do respeito que cada nação deve a outra, revelando cumplicidade digna e humanitária . Não vou ignorar algo latente, por mais rebelde que possa parecer, prefiro mostrar as chagas do que esconde-las embaixo da idéia de inferioridade que tentam inferir a nós , todos os dias, ou do sorriso amarelo de "deixa estar".

Cada um lê com os olhos que tem e interpreta a partir de onde os pés pisam.

Esta frase de Leonardo Boff, mostra a maneira como a História ou as histórias/estórias, podem ser interpretadas...

Aprendemos que não existem verdades, mas construções ou intenções de verdades...Baseadas na sociedades em que vivemos e a cultura que adotamos...

Aprendemos a respeitar as mentiras e entende-las...E até a admitir que quando se trata de pesquisa , a mentira pode ser um fato tão cru quanto a realidade...

Muito confuso, mas estou construindo este conhecimento, através das ferramentas e autores, apresentados esta semana: Richard Rorty, Homi K. Bhabha e Arif Dirlik.

Algo no sentido que o trabalho do Mestrando Edimundo Rosa esta trazendo: " A bolha nebulosa da teoria", intrigante, vale a pena pesquisar...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Blog de História...

Existem muitos motivos para começar este blog...Um deles certamente é a escolha profissional que fiz e que me motiva a buscar respostas ou aceitar o que simplesmente precisa de pesquisa, muita pesquisa...E o outro é porque precisava de um espaço só para escrever sobre o que fascina dentro desta escolha.

Sempre escrevi sobre estes assuntos, mas estavam ficando meio misturados com algo mais pessoal no meu outro blog: www.minutosinconstantes.blogspot.com. E considerei importante ter um espaço só para “historiar”...Acredito que vai ficar mais prático de administrar e segmentar tb..Afinal quem estiver interessado em saber curiosidades históricas não precisa saber como está indo minha semana , certo?

Agora a motivação toda...

A parte mais interessante de estudar história certamente está nas coisas inacabadas, porque são nestes pontos que precisamos rever e trazer a tona questões que antes não existiam..Mais questões que demandam mais pesquisas, em um ciclo que mistura um pouco de tudo.

Cada descoberta, não precisa ser tão comemorada...Ou como dizem por aí: O melhor da festa é esperar por ela, a analogia disto com a carreira que escolhi é: o melhor do projeto é a pesquisa não o "resultado".

Tentarei colocar aqui um pouco do que absorvo desta ciência ( esta afirmação por si só já mostra que não será um blog extenso)...Mas trará partes do que realizo no Centro de Pesquisa que trabalho e dos Grupos e Projetos que faço parte.

Atualmente são três, todos ligados a realidade de Gênero, que o campo que mais me identifico, o que não significa que as outras áreas do conhecimento histórico serão negligenciadas...

Segue o Link das Plataformas de Pesquisa que participo na graduação:

Espero que seja uma ferramenta útil para quem busca informação e pesquisas em Ciências Humanas e um espaço para debates...Ou seja lá o que vocês quiserem.Web é um espaço democrático e aberto, não é?

Bem Vindos a este descontrole historiográfico

Um país que tem Pré- História ( terça-feira, 9 de junho de 2009

Um estudo que é pouco abordado nos cursos de História na maioria das faculdades, é o estudo sobre a Pré-História Brasileira...Parece que nossas terras só passaram a existir quando os Portugueses aportaram por aqui e sabemos que isto não é verdade. Há muita história na Pré História do Brasil, antes da escrita e da dita civilização..(sim, dita, pq todas as comunidades que aqui viviam desenvolviam de uma maneira ou de outra sua sobrevivência e o faziam em grupo, então não podem ser chamadas de outra coisa do que civilização)

Em Goiânia há o Museu Antropológico que traz elementos significativos da pré-história no Brasil Central (região que me interessa muito em pesquisa), e cada Estado mantém o seu próprio acervo sobre o Brasil antes da escrita, antes da chegada dos colonizadores, um Brasil que tem milhares de anos.

O fato de sermos uma nação jovem, só significa que em termos de democracia, civilização (no conceito de Norbert Elias ), ou no que hoje é considerado mundialmente importante, temos realmente muito chão para percorrer, mas temos pré-história, ( toda uma cultura negligenciada mas que nos pertence...)

Vale ressaltar que não sou nacionalista, respeito o direito das pessoas de defenderem seus pontos de vista, assim como defendo o meu...Caros professores, coordenadores dos Planos Pedagógicos Curriculares, vamos dar mais abertura para este assunto...E ao invés de tratarmos como informações que nos rebaixam, tentemos torna-las motivo de orgulho para nossos alunos...

[caption id="attachment_59" align="alignnone" width="368" caption="Sambaquis, vestígios dos povos pré-históricos do litoral brasileiro"Sambaquis, vest�gios dos povos pré-históricos do litoral brasileiro




"Parque Nacional da Serra da Capivara - Vestigios Pré Históricos no Brasil"Parque Nacional da Serra da Capivara - Vestigios Pré Históricos

"Fóssil encontrado em cerâmica na região Amazônica"Fóssil encontrado em cerâmica na região Amazônica[/caption]

[caption id="attachment_62" align="alignnone" width="300" caption="Cerâmica pré histórica encontrada e restaurada"Cerâmica pré histórica encontrada e restaurada
"Representação do cotidiano indigena"Representação do cotidiano indigena

"Outra representação, ritual entre os guerreiros da Tribo"Outra representação, ritual entre os guerreiros da Tribo

O assunto existe , as imagens estão disponiveis...

Tão importante quanto sermos reconhecidos pelo que fazemos , é sermos elogiados por aquilo que nos tornou o que somos.




Temos muita bibliografia também fora da Web, vamos deixar um pouco de lado a História Europeizada que nos impõe uma inferioridade que não combina com o nosso país,e pesquisar os autores que falam do Brasil Pré Histórico.

  • Pedro Paulo Funari- Pré História do Brasil

  • Josué Camargo Mendes - CONHEÇA A PRÉ-HISTÓRIA BRASILEIRA

  • Stella Carr- O Homem do Sambaqui (Uma Estória na Pré-História)

  • Cláudio Vicentino- Brasil: Da Pré História à Independência Política

  • e tantos quantos pudermos pesquisar...

Plano de Aula, para ensino fundamental-Tema: Continente ( 6 de junho de 2009 às 09:12:41 )

Recentemente a disciplina de História da Africa foi agregada as matérias do ensino fundamental também..Não a Africa escravizada,mas a nação como um todo...Durante o Estagio Supervisionado I (que é uma das matérias que temos em História, foi propostoa elaboração de uma aula sobre o tema...


Segue...

ps: Faz-se necessário explicar conceitos antes da apresentação das imagens, para que as imagens não virem motivo de banalização do conteúdo, principalmente com a palavra etnia, fui aconselhada a trabalhá-la de forma bem detalhada, juntamente com o significado de “África Repartida”, explicar por quem e por que...

Sintam –se a vontade para utilizar a mídia...O conhecimento deve ser de domínio público, só peço a gentileza de citarem também o ultimo slide, com os créditos das imagens e da produção da aula, como uma forma de respeito aos profissionais que o fizeram possível, ok?

Sucesso a todos!



Novos formatos, para a mesma História (05/06/09 ás

Algumas pessoas me perguntam o que pretendo fazer cursando História...Hummm, ser Historiadora é claro...Alguém pergunta para um estudante de medicina o que ele quer fazer com medicina? Ok, perguntam..Qual a área que ele prefere dentro da medicina, mas o foco parece outro...

Adoro História, e não quero obrigar ninguém a gostar, mesmo...Acho que cada um segue sua trilha (apesar de ser meio clichê funciona...Sigam seus caminhos garotos...)

Na verdade até entendo, é dificil despertar o interesse das pessoas pelo estático...Aquele fato que não tem mais voz...Sempre dizem: Porque devo estudar o que já passou? para que guardar todas estas datas? o que tem a ver com minha vida estes fatos?


Ninguém sabe que estas falas têm uma justificativa...Nasceu em 1837, desde que a disciplina de HIstória passou a ser autonoma das outras ciências da área de humanas e a servir a interesses políticos e ideológicos especificos. Para ensinar esta matéria os professores recorriam a memorização de datas e na repetição dos textos escritos.Ora assim é fácil ficar chato...Até o assunto mais interessante ficaria...Mas sabe o que eu acho incrivel? A nossa capacidade de reinvenção...

Existem muitas formas de falar sobre a mesma coisa,sem ser repetitivo...É como fazemos com os relacionamentos, como agimos com os amigos ou romances...Podemos até falar sobre o mesmo assunto, mas podemos fazer isto cada vez de uma maneira diferente e tornar a rotina desafiadora, todo instante...

É a mesma HIstória? Ora, não precisamos trocar a cor do chapéu da Chapeuzinho Vermelho...Mas podemos colocar uma ponte no caminho e fazer com que ela pare para colher uma flor para levar para vovó, isto não muda o contexto..Existem formas e formas de se fazer isto...

Outro ponto importante esta no sujeito que ensina...Tenho um exemplo que eu adoro...



Sabe aqueles professores que usam e abusam do talento de comediante para educar os alunos?

O Professor Carlão é um destes...Existem aqueles que não gostam, criticam, mas acredito que assim como toda forma de amor é válida, toda forma de ensinar também deva ser...

Para ter uma idéia e aprender um pouco sobre a Primeira Guerra Mundial, segue um trecho da aula...






Tudo pode ser uma grande brincadeira, sem banalizações. Este profissional, e sim pasmem ele é um profissional, adquiriu esta técnica ao longo dos anos. É inegável que ele tenha muita bagagem e com o decorrer do tempo acabou aprendendo como transmiti-lá de formas diferentes...

Não sou palhaça, certamente não terei os talentos de Carlão em sala, mas terei outros e não medirei esforços para usá-los, sem me agredir é claro...

Outras formas existem, para tudo...

Para responder o primeiro parágrafo: Isto que quero com História, achar novos meios de dizer as mesmas coisas...Como entender mais do mesmo? Reinventando o óbvio, acredito...

Uma coisa vocês podem ter certeza, todos daquela sala saíram entendendo exatamente o papel do Brasil na batalha, com a explicação do Professor Carlos, e ele pode seguir a matéria, entrando em outros enfoques e trazendo a história para mais perto dos seus alunos...


Brasílias (porque não acredito que haja uma só) (04/06/09 ás 14:33:34)

Clarice Linspector, escreveu sobre almas que andam e outras paralíticas, algumas bailarinas, mas são todas almas. Escritora amante do Brasil, já que apesar do reconhecido talento, nunca chegou a ter os privilégios de uma esposa, mas também não sofreu as intempéries de ser.Clarice inspira esta escrita sensível que intenciona falar sobre ela, sobre suas impressões. O livro , Para não esquecer ,traz capítulos imersos nestas sensibilidades condicionadas a se tornarem parte da voz de uma geração.

Escolhi falar de um capitulo que me chamou muita atenção. Aquele que fala de Brasília. Sempre ouvi falar desta cidade, e apesar de hoje estar morando a apenas 03 horas de distância (ou 1/2, depende do motorista...), ainda não a conheço..Sinto que resisto, pois na oportunidade que tive, desci do carro, cumpri o compromisso e voltei para o carro, não olhei o céu, não vi os prédios, fechei os olhos para a arquitetura. Mas sou assim, se não for para fazer direito prefiro não fazer, e senti que Brasília merecia mais do que um rápido olhar...Merecia que eu demorasse por lá, e assim tirasse as minhas conclusões, não foi daquela vez, e ainda não sei quando será...


Mas Clarice, proporcionou uma descrição curiosa, sobre a cidade,principalmente quando lamenta ser esta uma localidade cheia de pudores, tais quais foram sentidos pela escritora, mas regados de sentimentos que parecem compartilhados por muitos, pelo menos quando pergunto sobre a capital escuto coisas como, ás que diz Clarice, por exemplo...:


“Brasília é artificial”- Com toda expectativa gerada com a sua elaboração, o local passou a ser alvo de várias críticas, não cabe aqui dizer se são justas ou não. Mas a analogia que Clarice faz de Brasília, artificial como o mundo assim que foi criado, mostra que tratamos de uma geografia jovem , de primeiras impressões romantizadas, como se o projeto de Niemeyer fosse o croqui da terra prometida. Bobagem ,as promessas, contam com o incerto, os contratos são bobagens, quem garante que o artigo X, da lei YZ estará em condições de ser cumprido quando necessário...O arquiteto conta com o incerto, ou como diz uma amiga : “Me afasto do projeto quando chega o primeiro porta retrato”. Brasília deixou de ser de Niemeyer, assim que a fita de inauguração foi cortada, ele não tem controle sobre ela.


Brasília é de um passado esplendoroso que já não existe mais”- Como toda crônica que se preze, esta também faz montagens e remontagens com o passado, liga-se ironicamente a outros autores e pretende explicar o que é ter um passado esplendoroso. Temos a ilusão de que o passado sempre traz histórias mais gloriosas do que aquelas que vivemos hoje, muitos autores já apresentaram sua opinião a respeito, talvez porque o que não vivemos parece sempre mais atraente, mas esta é uma afirmação subjetiva demais, para justificar a afirmativa em negrito.O correto então, seria colocar que a autora não vê em Brasília a glória que ela intenta ter, por toda a questão política envolvida e por ser lá o local onde os poderes encontram-se e questões cuja resolução depende o futuro de uma nação inteira.


Brasília não me deixa ficar cansada”, durante vários momentos do texto, a autora refere-se à cidade como sendo a cidade que nunca dorme, “a paisagem da insônia”, título que pode ser dado também a Nova Iorque, São Paulo e outras metrópoles, dominadas pelas grandes industrias e que necessitam funcionar todo o tempo para gerir seus lucros. Em Brasília não é diferente, para Clarice, a cidade tem uma claridade além do natural, como se o tempo estivesse sendo contado sempre pelo sol,para ela, não há lua, e quando há, ninguém parece preocupado em observá-la.


Entre tantos adjetivos atribuídos a cidade, em sua crônica, a autora sente falta dos substantivos, de algo que torne a cidade mais humana, digna de ser nomeada pelos artigos que anseia utilizar. Afinal todo escritor quer ter às palavras a sua disposição, e qualquer coisa (mesmo que não seja palpável), que os impeça de usar, parece vir com a intenção de tolher sua criatividade e isto é intolerável.Não seria diferente para a inquieta Clarice.Não é diferente para quem tenta de uma maneira amadora, escrever suas impressões (me incluo nessa...)


Brasília não tem cárie”- este trecho reflete uma Brasília que não aceita imperfeições, os detalhes de sua estrutura arquitetônica estendem-se aos moradores, que devem preocupar-se em manterem-se dignos de serem brasilienses ou brasiliários, como nomeia a autora em seu jogo de palavras, liderados pela licença poética que norteia sua descrição.


Quem é Brasília? Que para autora, ganha vida, como que se fosse possível prender seus habitantes em uma esfera invisível, como que se uma vez nascido na cidade, uma série de eventos fossem incorporados ao recém chegado, e este se tornasse a cidade.


Talvez por ser constante, ritmada, trazer em seus projetos, algo uníssono, prático, Brasília seja esta cidade cheia de adjetivos que reclama a autora. Cheia de palavras que querem descrever a cidade, seja de uma maneira positiva ou ressaltar aquilo que a difere negativamente das outras em que a autora viveu. É uma crônica muito pessoal , isto é inegável ,Clarice além de tudo é poeta, dramática, mas ao mesmo tempo fala de um lugar, onde aquele que visita tem estas impressões descritas na narrativa, estes sentimentos a respeito da bela estranheza que os muros brasilienses causam naquele que vem de fora.


Diferente de seus visitantes, que parecem suplicar por algum tipo de sensação,o local que Clarice descreve, parece não sentir, e o que sente não transparece naturalidade, isto fica claro quando a autora diz “Brasília tem árvores. Mas ainda não convencem.Parecem de plástico”, esta agressividade que afeta a autora, pressupõe todo um contexto e vivência,onde este novo lugar é um estranho para ela. Possivelmente se fossem convidados a ler sobre a Brasília que está posta no livro: Para não esquecer, muitos moradores da cidade encontrariam exageros e inverdades no que diz a autora,posto que para eles esta realidade já está incorporada ao seu dia a dia, não vêem as paisagens de cor cinza que o capítulo descreve.


Mas sabe o que penso, o estranhamento é sempre do estrangeiro, já fui estrangeira, falo com propriedade de causa, o nativo naturaliza as situações e aprende com elas, o estrangeiro passa por etapas de rebeldia no novo lugar, até conseguir chegar a aceitar a realidade. A não ser se já foi estrangeiro antes, tenho amigos cidadãos do mundo , que já moraram em mil lugares e se naturalizam quando o passaporte é carimbado, quando respiram o ar local dizem: Pronto sou daqui!


O que será mesmo Brasília?...Talvez uma cidade construída para ser modelo, para desfilar, encantar e desgostar, porque as opiniões dependem de cada individuo e não há controle sobre os sentimentos. Talvez seja esta a parte contraditória da cidade : nascida para ser reta, como sua arquitetura , mas não há como controlar os sentimentos turvos que inspira. Não há como controlar Brasília, diz Clarice.


Volto neste tópico quando tiver a oportunidade de enxergar Brasília sem os filtros dos meus autores favoritos, sem as impressões dos amigos..Tenho que ver Brasília por mim mesma...Será que tenho? O que há mesmo por lá? Parece que depois de tantos parágrafos ainda busco motivo...Preciso?


Mas me valho destas impressões em por enquanto...E no momento defino assim: Brasília é um ponto de interrogação,e não precisa ser nada mais do que isto, até agora...

"O fato dos Americanos... (02/06/09 ás 21:52:54)

...Desrespeitarem os direitos humanos em solo cubano, é por demais forte simbolicamente para eu não me abalar"
Localização da base naval, inspiração da musica de Caetano"Localização da base naval, inspiração da musica de Caetano

Este é o trecho de uma musica de Caetano Veloso, chama-se À base de Guantanamo e refere-se à Base Naval, que foi alugada para os Estados Unidos em 1903, pelo preço de cinco mil dólares, que são repassados até hoje sem nenhum tipo de ajuste, mais de um século depois...Mas este não é o ponto, apesar de ser igualmente importante...


Do lado esquerdo desta base naval foram plantados cactos que formam um paredão, com a intenção de impedir que os cubanos peçam exílio...


Durante muito tempo, nada acontecia na baía, as pessoas pararam de olhar para este lado de Cuba, como se não existisse...Mas a polêmica toda que trata a música de Caetano é sobre os prisioneiros de guerra feitos no Afeganistão e que estão confinados na Base de Guantanamo.Ao todo são 158 prisioneiros que estão vivendo (ninguém tem acesso como) em solo cubano. Estes individuos, não são tratados com os direitos pré estabelecidos pela Convenção de Genebra, com o argumento de que são combatentes inimigos, definição esta que apesar de não existir no mundo jurídico, faz parte , do vocabulário desta população carcerária em Cuba, que hoje não são protegidos por nenhuma lei internacional.


Não faço com isto uma apologia às pessoas que são mantidas na base, não defendo e não sei os motivos exatos pelos quais elas permanecem por lá...Não foi divulgado uma lista com os prisioneiros e seus crimes, situação que deveria ser de domínio publico, nada é dito a respeito...É como se dissessem: “Eles estão presos e pronto. Desrespeitaram a lei e agora tambem tem seus direitos negados”.Ora! Voltamos ao olho por olho dente por dente...O mundo então cairá cego, como previu Mahatma Gandhi?


Neste momento, agora enquanto escrevo este post, e no momento que vocês lerem esta página, os direitos humanos de Cidadãos do Afeganistão estão sendo desrespeitado por norte americanos em solo cubano...Isso sim é um mundo globalizado:




  • Americanos

  • Afegãos

  • Cubanos

  • eu brasileira, sem entender como as pessoas preferem a intolerância do que qualquer tipo de diálogo


Nações que se ferem, que cobram um preço alto por seu perdão e se perdem em suas ideologias, sem saber para que lado ir...

Por isto esta é música que estou digerindo, esta semana: A base de Guantanamo...Alguém tem que dizer, o que ninguém parece interessado em ouvir, uma hora seja por insistência, ou por respeito a si próprio alguma coisa acontece...Ou não, mas seria esta a principal razão? Fazer com que algo aconteça? O que pretendo...?Só sei que tudo isto é por demais forte simbolicamente para eu não me abalar...A base de guantanamo...




quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Um blog de História...

Existem muitos motivos para começar este blog...Um deles certamente é a escolha profissional que fiz e que me motiva a buscar respostas ou aceitar o que simplesmente precisa de pesquisa, muita pesquisa...E o outro é porque precisava de um espaço só para escrever sobre o que fascina dentro desta escolha.

Sempre escrevi sobre estes assuntos, mas estavam ficando meio misturadas com algo mais pessoal no meu outro blog: www.minutosinconstantes.blogspot.com. E considerei importante ter um espaço só para “historiar”...Acredito que vai ficar mais prático de administrar e segmentar tb..Afinal quem estiver interessado em saber curiosidades históricas não precisa saber como está indo minha semana , certo?

Agora a motivação toda...

A parte mais interessante de estudar história certamente está nas coisas inacabadas, porque são nestes pontos que precisamos rever e trazer a tona questões que antes não existiam..Mais questões que demandam mais pesquisas, em um ciclo que mistura um pouco de tudo.

Cada descoberta, não precisa ser tão comemorada...Ou como dizem por aí: O melhor da festa é esperar por ela, a analogia disto com a carreira que escolhi é: o melhor do projeto é a pesquisa não o "resultado".

Tentarei colocar aqui um pouco do que absorvo desta ciência ( esta afirmação por si só já mostra que não será um blog extenso)...Mas trará partes do que realizo no Centro de Pesquisa que trabalho e dos Grupos e Projetos que faço parte.

Atualmente são três, todos ligados a realidade de Gênero, que o campo que mais me identifico, o que não significa que as outras áreas do conhecimento histórico serão negligenciadas...

Segue o Link das Plataformas de Pesquisa que participo na graduação:

Espero que seja uma ferramenta útil para quem busca informação e pesquisas em Ciências Humanas e um espaço para debates...Ou seja lá o que vocês quiserem.Web é um espaço democrático e aberto, não é?

Bem Vindos a este descontrole historiográfico